Amer J. Feres, PY2DJW

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O TARUÍRA
Um excitador banda larga.

Amer J. Feres
PY2DJW

 

 

* Veja no final do artigo perguntas e respostas sobre o Taruíra-2

          Nesta montagem são utilizados componentes fáceis de serem encontrados, os semicondutores usados foram transistores de áudio e mesmo assim nos testes feitos o excitador respondeu bem em frequências de 3,0 MHz até acima de l2 MHZ, o que o torna um a montagem interessante para experimentações,pois não precisa de chaveamento para passar de uma faixa para outra , de 80 para 40 metros, por exemplo. Após a montagem , o Taruíra dispensa grandes ajustes, pois não tem peças móveis ou críticas. É só injetar o sinal de um VFO e medir a saída do segundo transistor com frequencímetro. Deve ser a mesma frequência fornecida pelo VFO.
          Se a faixa do VFO for mudada, digamos, de 7,0 MHz para 3,5 MHz, a saída do Taruíra também deverá acusar a mudança de frequência. Às ve-zes, devido o Hfe dos transistores, ou à diferença de densidade dos ferrites usa- dos , a leitura no frequencímetro começa a falsear. Experimente, então, "carregar" o secundário do primeiro transformador casador (L1), ligando entre ele e a massa um resistor de baixo valor, como 47 R ou 33R, (R6) . Vai haver uma pequena queda na potência do excitador, mas a leitura do frequencímetro vai se norma- lizar. Pode-se, também, tentar a inversão da posição dos terminais do secundário
de L1.
          A intensidade de sinal poderá ser medida com o voltímetro e um diodo ou mesmo com uma lâmpada de dial. Neste caso, o filamento da lâmpada piloto vai acender levemente quando colocada na saída de L1 e apresentar pleno brilho quando a medida for na saída de L2.



 

Materiais:

C1 - de 22k a 47k , cerâmico ou poliester
C2, C3, C5 e C6 - 10k, cerâmico ou poliester
C4 - 1k, poliester
R1 - 150 R, 1 w
R2 - 8k2
R3 - 1k
R4 - 33 R, 2w
R5 - 100 R
Q1 - BD 135, BD 329 ou equivalente, com pequeno dissipador
Q2 - 2SC 1226, 2N 3886, 2SC 1969, 2SC 2078, ou outro equivalente, sempre com dissipador.

L3 e L4 - São choques de rádio frequência . Construidos sobre pedaços de cerca de 22 a 25 mm de eixo plástico de potenciômetro ( mais ou menos 6 mm de diâmetro). Com uma broca fina faz-se um furinho numa ponta deste tarugo de plástico e outro furinho perto da outra ponta. Isto serve para passar o fio, prendendo-o no começo e no fim do enrolamento. São de 35 a 45 es- piras unidas de fio esmaltado Nº 27, enroladas em três camadas. Prende-se o fio num extremo do tarugo e enrolam-se umas 18 espiras, passando-se em seguida para a segunda camada, onde são enroladas mais umas 14 espiras e, finalmente passa-se para a terceira camada, completando-se o número de espiras bem próximo à extremidade do tarugo, onde já existe o furo para prender o fio, no final do enrolamento. Depois de terminado é conveniente dar um banho de verniz isolante para segurar firmemente o enrolamento. O primeiro choque poderia ser feito com fio mais fino e o segundo, que vai alimentar o transitor maior, com fio mais grosso, mas nada impede de serem os dois iguais, padronizando as indutâncias.

L1 - Transformador casador. Construido em ferrite binocular de balun de antena de TV. Primário: l6 espiras de fio esmaltado Nº 28 ou 30 AWG.
Secundário: 4 espiras de fio esmaltado Nº 24. A relação é, portanto, 4 : 1 .

L2 - Transformador construido sobre o mesmo tipo de ferrite de balun que L1. São 4 espiras de fio Nº 22 no primário e, a principio, também 4 no secundário (mesma espessura de fio). A relação, então, é de 1 : 1 , mas às vezes, conforme o semicondutor que vai ser utilizado na etapa de saída de RF, pode-se baixar o número de espiras do secundário para duas . Experimente.

          NOTA: Um dos atrativos desta montagem é ser um excitador banda larga, mas digamos que você pretenda operar somente em 40 metros e prefira sintonizar o excitador para a faixa. Basta você substituir o transformador casador
L1 por um circuito LC sintonizado (bobininha com núcleo de ferrite e capacitor fixo ressonantes em 40 metros, um "link" de umas 4 espiras sobre essa bobina para t irar o sinal para a próxima etapa) e levantar o emissor do primeiro transistor, ligando-o à massa através de um resistor de 1k (R7) em paralelo com um capacitor
de 4k7(C7). Aí você terá essa primeira etapa sintonizada em 40 metros e a segunda servindo como amplificadora. Isso lhe permite entrar com um VFO em 80 metros no excitador e sair em 7 MHz.


(Este artigo, com mais detalhes sobre a montagem foi publicado na revista ANTENNA-ELE-
TRÔNICA POPULAR, volume 116, nº 3, de nov/dez de 1999).

TARU...O QUÊ ?

Amer J. Feres PY2DJW

          Assim que foi divulgado o TARUIRA 2 recebi perguntas de alguns leitores da página. Tratando-se de informações que podem ser de interes - se geral, resolvi respondê-las pelo "site", assim outros poderão sabê-las.

          1. O José Honório quer saber o por quê da modificação do esquema original.
          Não foi uma modificação. Como dito no próprio artigo é simplesmente uma alternativa. Alguns montadores preferem ter seus osciladores (VFO's e CRISTAIS) em 80 metros, mesmo quando seus transmissores são para 40. Ao transformar o primeiro transistor do TARUIRA em um estágio DOBRADOR só estamos oferecendo uma opção para quem quer manter a configuração de VFO em 80 e saída em 40 metros. Nada mais que isto, mas ambos os esquemas têm sua utilidade, como excitador banda larga ou como dobrador.

          2. O Nilton, do Paraná, montou o esquema com dobrador e acha que perdeu um pouco da intensidade do sinal.
          Realmente, quando você entra com um sinal em 3,5 MHz na base de um transistor e faz com que ele dobre a frequência, você perde de in - tensidade de sinal. Porisso é que existe o segundo transistor, como amplificador . Para aumentar um pouco o sinal você poderá substituir aquele resistor que foi colocado no emissor de transistor dobrador (R7) diminuindo o valor. Ao invés de 1k você poderá experimentar 560R, 470R, 330R ou até mesmo 100R. Não aconselho diminuir além desse valor, pois, dependendo do transistor usado a eta- diminuir além desse valor, pois, dependendo do transistor que você estiver usando pa poderá deixar de dobrar a frequência. Vá experimentando até o melhor valor.
          Também ficou em dúvida sobre aquela "bobininha em paralelo com capacitor " que é colocada no coletor do transistor dobrador.
          Qualquer circuito LC ressonante em 40 metros servirá. Você poderá usar uma bobina feita com 20 ou 22 espiras unidas de fio Nº 25 ou 27 enroladas sobre uma forma de 6,5 mm de diâmetro com núcleo ajustável de ferrite, em paralelo com um capacitor de 82 a 120 pF. O "link" (secundário) para saída do sinal para o próximo transistor poderá ser feito de 4 espiras de fio Nº 24. Se preferir um processo ainda mais simples, é só enrolar 14 espiras de fio Nº 28 ou 30 num daqueles ferrites rosqueados, com furo sextavado muito comuns nas bobinas de FI de antigos rádios ou televisores e colocar um capacitor fixo de 50 a 100pF em paralelo (ajustar o melhor valor). Para saída do sinal, usar 4 espiras de fio 24. E...pronto. Sua etapa dobadora está feita !

          3. Outro que questionou a respeito do artigo foi o Alcides, de Tatui, SP. Perguntou que etapa final poderá excitar com o TARUIRA.
          No artigo original publicado pela AN-EP e também reproduzido pela página rst.qsl.br foi dada uma lista de transmissores feitos com esse excitador. Em todo caso posso citar que, se você pretende trabalhar com transistor na saída de RF usando o TARUIRA como excitador, poderá montar um destes dois esquemas que se seguem. Não são esquemas originais. São trabalhos já bastante divulgados em revistas e Internet, portanto são de domínio públi- co. Ambos já foram testados e não há dúvidas quanto ao funcionamento. O primeiro usa um MOSFET de chaveamento do tipo IRF630 (ou similar), trabalha com 13,8 volts e rende 12 a 15 watts. O segundo utiliza um MOSFET maior do tipo IRFP250 (ou similar), com voltagens mais altas e alcança seus 30 a 40 watts.
           Agora, se você quiser usar uma saída valvulada, sugiro uma EL84 ou a fantástica 2E26, com uns 300 volts de placa. Funcionam que é uma "lindeza" ! Para utilizar o TARUIRA excitando a grade de uma válvula você precisará fazer uma modificação no enrolamento secundário do transformador casador de impedância do segundo transistor (marcado como L2). Ao invés das 4 espiras do secundário use 16 espiras de fio Nº 30, para casar a saída do coletor do transistor (baixa impedância) com a entrada de grade da válvula (alta impedância).
          Você vai gostar. Em todos esses esquemas o TARUIRA nunca "negou fogo" !

 

 



 

 

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