Amer J. Feres, PY2DJW

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ARRANCA TÔCO

Conversor de Ondas Curtas
(3-30 MHz) com saída em 1600 kHz



Amer J. Feres, PY2DJW

O nome é porque a montagem foi feita de uma maneira robusta, simples, até mesmo rústica, com materiais tirados da sucata.

Algumas características o diferenciam de outros conversores que já montei e que foram publicados:

1 - Feito com bobinas cambiáveis pode ser facilmente adaptado a qualquer faixa de Ondas Curtas;

2 - As bobinas foram enroladas em culotes de válvulas (sucata pura), que além de facilitarem a construção, apresentam um excelente rendimento (alto Q) e ainda permitem a colocação dos" trimmers" dentro da forma da própria bo- bina, de maneira que, ao mudar de faixa você já troca todo o circuito L-C ajustado para determinada banda;

3 - Foram utilizados 4 semicondutores iguais e muito comuns, facilitando a manutenção;

4 - Está incluido um "buffer" para o oscilador local, que além de isolar a etapa, permite o uso de um frequencímetro sem que apresente efeito de carga (mudança de frequência quando liga ou desliga o frequencímetro). Tenho usado o meu conversor com frequencímetro DIRAC - FD1 (com "off set" em 1600 kHz) e não me preocupo com escala de frequência. Tenho a frequência sintoniza- da aparecendo diretamente no dial digital, em qualquer faixa que o use;

5 - Tem dois circuitos sintonizados na etapa de antena e acopla- mento indutivo (não a capacitor), o que melhora sensivelmente a seletividade;

6 - Pode funcionar com fonte de 12 volts, através de um resistor redutor de tensão (R11), ou ligado diretamente a uma bateria de 9 volts (depois do resistor R11), pois o consumo é baixo.


          O protótipo foi montado em chassis de chapa de alumínio dobrada para apresentar rigidez mecânica e as conexões foram feitas de ponto a ponto sobre régua de terminais , mas quem preferir poderá trabalhar em circuito impresso.


          Foram usados culotes de válvulas de 5 pinos para as bobinas de antena (L1) e interetapa (L2), que são exatamente iguais e culote de 4 pinos para a bobina osciladora (L3). Isto faz com que a troca de bobinas seja "à prova de burro". Nunca se corre o risco de encaixar uma bobina no soquete errado. Todas as formas têm 34 mm de diâmetro ( 1 pol. e 3/8).

          O protótipo foi feito com as bobinas individuais dispostas em linha, com cerca de 1,5 cm de separação entre as bordas de uma e outra e ainda foi colocada uma blindagem metálica entre uma bobina e outra, para evitar interação entre as etapas . Os montadores mecanicamente mais habilidosos poderão colocar as 3 bobinas em uma bandeja, já com as blindagens entre si, de maneira que, ao trocar uma bandeja de uma faixa para a de outra mude todo o conjunto, lembrando as antigas e fa- mosas "gavetas" dos NC- HRO-60 !

          Para 80 metros, as bobinas de antena e interetapa foram feitas com 33 espiras unidas de fio esmaltado nº 25 e o "link" com 10 espiras unidas de fio nº 32. Este "link" é colocado a um milímetro abaixo do enrolamento princi- pal . A bobina osciladora tem 25 espiras unidas de fio nº 25, com derivação na 5ª espira a partir da massa e oscila de 5100 a 5500 kHz.

          Para 40 metros, antena e interetapa são 18 espiras unidas de fio esmaltado nº 20. O "link" é feito com 8 espiras unidas de fio 30 . A osciladora tem 14 espiras unidas de fio nº 20, com derivação em 3½ espiras (8600 a 9200 kHz). Todas as bobinas têm colocado dentro da própria forma , um "trimmer" concêntrico a ar (Philips) de 3 a 30 pF, que ajusta a frequência do circui- to (C4, C8 e C14).

          Os capacitores C1, C2 e C3 são, de fato seções de um mesmo capacitor variável comandadas pelo mesmo eixo, com cerca de 100 pF de capaci- tância máxima por seção. No protótipo foi usado um variável de recepção de 3 se- ções das quais foram retiradas placas, uma sim outra não. Depois de "depenado" ficou com 90 pF de capacitância por seção (quando as placas estão totalmente fechadas). Mas este valor não é muito crítico, pois, na montagem, cada seção des- te variável vai ligada ao circuito através de um capacitor fixo de 15 pF (Styroflex), que limita o valor final do variável ( C5, C9 e C15).

          O quarto indutor (L4) é um "casador" entre a etapa misturadora (Q2) e a entrada da segunda conversão (que pode ser um receptor de carro sintoni- zado em 1600 kHz). É feito sobre um pedaço de 2,5 cm tirado dessas barrinhas de ferrite de antena para receptores de Ondas Médias. Quebra-se a barrinha de ferrite marcando-a primeiro com a quina de uma lima e depois dando uma peque- na pancada sobre uma superfície macia (um pano dobrado, por exemplo). Sobre este "tarugo" de ferrite enrolam-se 50 espiras unidas de fio esmaltado nº 32. O "link" para saída do sinal é feito enrolando-se 5 espiras de fio esmaltado nº 25 sobre o enrolamento primário, do lado "frio" (onde entra a tensão). O primário des- te indutor é sintonizado em 1600 kHz com um capacitor fixo de 75 pF ( Styro - flex ), C12 no esquema.

Os demais materiais:

D1 e D2 - 1N914 ou similar
Q1, Q2, Q3 e Q4 - BF245, MPF102 ou similar
C6, C7, C13 ,C17 e C20 - 10k , cerâmico ou poliester
C10 - 100 pF, Styroflex
C11 - 4k7 , cerâmico ou poliester
C16 - 27 pF, Styroflex
C18 e C19 - 15 pF, Styroflex
C21 - 100k , cerâmico ou poliester
R1 - 560R
R2 - 1k
R3, R5 e R6 - 100k
R4 - 3k3
R7 - 330R
R8 - 390R
R9 - 220R
R10 - 100R
R11 - 470R
R12 - potenciômetro linear, 1k

          E o restante você vai encontrando seus próprios "tôcos" para arrancar, como envernizar os indutores depois de enrolá-los ( verniz isolante para transformadores), experimentar construir as bobinas para outras faixas etc. Se você decidir montar para uma única faixa, ou tiver dificuldade em conseguir os culotes de válvulas, tubo de PVC para água (marrom) de uma polegada (externa- mente ele mede 32 mm) serve como formas para as bobinas. Se notar que o pré de RF (1º FET) tende a auto oscilar, coloque um capacitor de 100 pF saindo do dreno, seguido de um pequeno choque de RF (qualquer choquinho) que vai para o "gate". Isso neutraliza a tendência de oscilações.
         
          Boa sorte com os seus "tôcos".




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RST 2004