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Este é um
transmissor bem simples, para que o novato na R.B.R. tenha a oportunidade de começar sua
experimentação, sem ter medo de que a "coisa" não funcione.
Explicarei o mais detalhado possível para a fácil compreensão
de todos. Vamos lá!
1o Estágio: OSCILADOR
Este oscilador é o tipo Pierce. A principal vantagem deste tipo
de oscilador é que sua saída é praticamente isenta de harmônicos, dispensando, assim,
circuito sintonizado na entrada do estágio seguinte. É muito importante esta
característica neste transmissor, pois além de tornar a montagem mais simples (
dispensando a construção de um indutor ), reduz a possibilidade de TVI; coisa que faz,
hoje, o radioamador ter algumas dores de cabeça.
Esta nobre função está a cargo de um não menos famoso
transistor de R.F., o BC254. Este semicondutor é um tipo especial que se comporta muito
bem em R.F.
É usado neste estágio oscilador um cristal piezelétrico, com o
valor de frequência que você escolher. O mais fácil cristal que você pode conseguir é
o usado um TV em cores, que tem uma frequência de 3.575 kHz. Se você tem um conhecido
que lhe possa vender um XTAL, poderá adquiri-lo a um preço razoável.
Se você quiser frequência variável, poderá utilizar um O.F.V.
(VFO).
2o Estágio: AMPLIFICADOR
O amplificador funciona em classe C, o que permite um bom
casamento com o oscilador e, mais adiante, com o tanque final.
A função principal deste estágio é aumentar a
"intensidade" do sinal do oscilador, para que ele possa ser irradiado pela
antena. Em nosso caso, ele trabalha na frequência fundamental.
O "protagonista" é o BD135, também facilmente
encontrado em qualquer loja de componentes.
O sinal proveniente do oscilador é aplicado à base do
transistor por um capacitor de 0.001uf ( 1kpf ).
Do coletor, é retirado o sinal para o tanque final, através de
um capacitor de 0.001uf ( 1kpf ).
O Tanque, acoplamento e sintonia
Este estágio é muito importante, pois é ele que vai fazer o
estágio final ressonar na frequência de entrada, ou seja, a do xtal. Muito importante
também é o acoplamento com a antena, pois este tipo, o "batizado" PI, permite
sintonizar bem seu sistema irradiante.
Sugestão para a pequena carga não-irradiante que poderá ser usada para o ajuste do
tanque de saída do transmissor QRP. Ajustar para o máximo brilho na lâmpada.
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Ajustar, uma tarefa fácil !
É claro, neste TX o trabalho de ajustar somente se restringirá
à sintonia do tanque final quando em operação. O processo é muito simples: primeiro,
para treinar, ligue a carga não-irradiante à saída do TX; logo de início é provável
que a lâmpada não se ilumine. Procure, no variável de sintonia (C7), o ponto em que ela
comece a brilhar. O que você fez foi o seguinte: você procurou a ressonância, ou seja,
numa explicação simplificada, conduziu o tanque a uma reatância mínima à frequência
de entrada, deixando, assim, o sinal "passar" livremente.
Agindo no capacitor variável de carga ou antena (C8), você vai
"carregar" seu TX, como costumam dizer os PY's. Este variável equilibra o
tanque com a antena, acrescentando, assim, um pouco mais de corrente ao coletor, dando o
efeito de como "se acumulasse mais R.F."; daí a denominação
"carregar".
Agora, com a antena, o procedimento é idêntico.
Mas, e agora ? vou usá-lo em CW ou AM ?
Em CW, minha opção preferida para operação QRP, o
procedimento é bem simples: basta interromper, com um manipulador, a alimentação deste
mini-TX.
Para AM, você deve colocar entre a alimentação de coletor um
transformador de áudio para saída de amplificadores valvuládos, de 8 ou 4 ohms de
secundário, e 5.000 a 10.000 ohms de primário, usando-o invertido, fazendo circular a
corrente sobre ele; o "lado" de 8 ohms, entregue a um amplificador de áudio,
pode ser qualquer um com saída de 8 ou 4 ohms, que funcionará muito bem.
Montar o TX ? Não tema, ele vai funcionar !
No que tange à montagem, como este artigo é dirigido aos que se
iniciam na R.B.R. e na Eletrônica, dou somente a versão em poonte de terminais ( Veja
mais abaixo ). Os "cobrões" não terão dificuldade em "bolar" uma
placa de circuito impresso para o TX.
Eu montei em um pequeno chassis de um rádio antigo que ficou
muito bom, mas você poderá montá-lo até numa lata de azeite.
Um papo para finalizar.
Você talvez não goste muito de sair, de cara, com um
"micróbrio"de transmissor. Mas eu lhe digo, caro amigo, os contatos que você
fizer com um QRP lhe trarão muito mais satisfação do que uma
"pata-de-elefante"; com a palavra, os integrantes do grupo QRP: é verdade ou
não, turma ? |
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