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Econômico,
fácil de construir e muito robusto, esse transmissorzinho é ideal para os radioamadores
com deficiência de visão, pois pode ser sintonizado auditivamente, ou para os
possuidores de pouca prática, por sua simplicidade. O presente projeto possui quatro
características, aliás pouco comuns em equipamentos QRP simples.
1) Pode ser sintonizado auditivamente, orientando-se a sintonia
por um tom de áudio. Os elementos que propiciam isso constituem, igualmente, um excelente
monitor de CW.
2) Cuidados especiais foram adotados para permitir operação
isenta de riscos para o operador com deficiência total ou parcial de visão.
3) Foi adotada a manipulação por bloqueio de grade, visando
dupla finalidade: os contatos do manipulador não apresentam risco de choques elétricos e
permitem que sejam utilizados em conjunto com o transmissor os modernos manipuladores
eletrônicos, quase todos incapazes de manipulação em catodo.
4) O projeto é simples, a construção fácil e econômica, de
modo a constituir um atraente equipamento para os colegas que pouca prática em montagens
eletrônicas, cujo o prêmio, depois do êxito final, é a possibilidade da operação QRP
( em baixa potência ), cada vez mais difundida entre nós.
Para justificar o título 4 x 1, esse transmissorzinho é
monovalvular - utilizando a conhecida 6AQ5.
O CIRCUITO
Na fig.1 vemos o diagrama esquemático completo do 4 x 1. V1
funciona como osciladora a cristal e entrega o sinal de R.F. ao tanque final, de
constituição bastante simples, e ao circuito de antena. A derivação em L1 adapta as
impedâncias e fornece condições para a inclusão dos dispositivos de sintonia,
selecionados por intermédio de CH1: sintonia visual ( posição "L" ), sintonia
auditiva ( posição "M" ) e operação sem monitoragem ( posição
"D" ).
Uma pequena "amostra" da tensão de R.F. presente no
circuito de saída, retirada por C9 e R11, é retificada por D4 e alimenta o oscilador de
áudio constituido por TR1, T2 e componentes associados. Quanto maior essa tensão, ou
seja, quanto maior a tensão de saída, mais aguda e intensa será a nota de áudio
emitida pelo auto-falante, sendo este o principio que permite a sintonia auditiva do
equipamento. Este circuito consome muita pouca energia, de modo que pode permanecer
constantemente ligado, tornando-se um ótimo monitor de CW, além de alertar ao eventual
operador destituído de visão as possíveis variações na sintonia.
Para a sintonia visual, CH1, quando na posição "L",
coloca LP1 em série com a antena. A lâmpada acenderá com brilho tanto mais intenso
quanto maior for a corrente que atravessa, ou seja, quanto maior for a saída de R.F. Com
antenas de 53 ohms de impedância ( verticais, V invertido ) o brilho pode ser tão
intenso que haverá risco de queimar a lâmpada; daí a inclusão de R10, que evitará
esse problema. O valor definitivo desse resistor dependerá da antena a ser utilizada com
o 4 x 1. Se o brilho for intenso demais, comece por experimentar 220 ohms ( 1/4 W ) para
R10. Com antenas dipolo de meia onda, R10 poderá ser eliminado do circuito.
Alguns poderiam sugerir sintonia fixa para o tanque final desse
transmissor. verificamos entretanto, que o ponto ideal de sintonia varia com o cristal
utilizado, como tipo de antena e com as variações manhã/tarde/noite e da tensão da
rede de distribuição de energia elétrica.
A fonte de alimentação é do tipo comum e dispensa maiores
comentários. Apenas vale apontar como é obtida a tensão para o bloqueio de V1. Para
tanto, um retificador de meia onda (D1, R4 e C6) entrega cerca de -320V C.C. a um divisor
de tensão constituido por R6 e R7. A tensão de bloqueio obtida (mais ou menos -115V
C.C.) é levada à grade de controle de V1por intermédio de R2 e R1. O jaque de
manipulador está disposto de tal forma que permite aterrar o extremo de R1,
curto-circuitando a tensão negativa de bloqueio de quando o manipulador estiver apertado,
permitindo que V1 entre em oscilação. A finalidade de R2 é evitar que a fonte seja
curto-circuitada e, por seu elevado valor, evitar que os contatos do manipulador causem
choques elétricos perigosos.
MONTAGEM
A disposição dos componentes poderá variar sem prejuizo para o
funcionamento do aparelho. A Fotos 1 e 2 mostram a disposição por nós adotada para os
componentes de maior volume. Chamamos a atenção para a blindagem de V1, que num dos
transmissores contituídos, revelou-se indispensável para eliminar uma certa
"rasposidade no sinal emitido.
Com vistas à utilização desse transmissorzinho por colegas
destituídos total ou parcialmente de visão, a disposição dos controles nos painéis
frontal e traseiro mereceu especial atenção para permitir sua indentificação tátil:
não há dois controles semelhantes ao tato. O interruptor geral CH3 foi colocado
diretamente no cabo de alimentação geral, sendo do tipo usado em abajures. Também aí
foi instalado o fusível em suporte totalmente isolado, do tipo utilizado em rádios de
automóvel.
Todo o conjunto foi encerrado numa caixa metálica, cuidando-se
de não deixar pontos "vivos" ao alcance dos dedos.
Para permitir a leitura tátil das frequências dos cristais,
utilizamos pingos de Araldite na face metálica dos mesmos, orientando-se a sua posição
pelos pinos desses componentes. Foram feitas duas fileiras de pingos: a primeira indicando
dezenas de kHz ( 2 pingos ), 20kHz, por exemplo ) e a segunda unidades de kHz ( 8 pingos,
8 kHz ). Como todos os cristais são para 40m, a identificação da frequência torna-se
fácil. Se, por exemplo, na primeira fileira houver 3 pingos e na segunda 5 pingos, a
frequência do cristal em questão será de 7.035 kHz.
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AJUSTES
Além do ajuste do valor correto de R10 (ou sua retirada do
circuito), já referido anteriormente, há pouco mais a ajustar no 4 x 1. Apenas os
valores dos componentes do oscilador de áudio merecem alguma menção. Se, porventura, os
componentes empregados nesse setor do transmissor tiverem características diferentes dos
que utilizamos a nota de áudio obtida poderá não ser agradável ou não estar na
frequência de prefência do operador. Se isto acontecer, varie os valores de C10, R11 e
C9. O valor de R9 também poderá ser diminuído (até cerca de 33k ohms ). O circuito do
oscilador de áudio é muito simples e a forma de onda por ele gerada é complexa e
imrevisível. Mas, com um pouco de paciência, o leitor poderá obter a nota de
monitoragem que melhor lhe agradar. Devido a essa pequena dificuldade é que mencionamos a
lista de material a marca e demais características do falante que utilizamos, pois o
peso, diâmetro ou material desse componente poderá alterar a nota de áudio obtida. O
uso em TR1 de um AC188 ou AC128 facilitou muito o ajuste final, ao contrário do que
aconteceu quando usamos outros transistores.
FOTO 1 - Localização dos componentes de maior
volume na parte inferior do chassi. Notar que C6 foi
totalmente envolvido em fita isolante plástica.
SINTONIA
A sintonia visual é muito simples. Conecte o manipulador e a
antena ao equipamento. Com CH1 na posição "L", passe CH2 para a posição
"T" e aperte o manipulador. Variando a abertura de C5, procure o brilho máximo
de LP1. Volte CH1 para a posição "M" e verifique se o monitor está operando
corretamente.
Durante a operação normal, CH1 deve permanecer nas posições
"D" ou "M", para que a lâmpada indicadora não consuma energia.
Existe uma posição da abertura de C5 em que V1 deixará de oscilar. Isto é normal e
indica que o tanque final está muito fora de sintonia.
Com certas antenas, o brilho máximo de LP1 não coincidirá
exatamente com a máxima saída quando CH1 é passada da posição "L" para a
"D"; nesses casos o sinal poderá mesmo mostrar tendência ao "piado".
Entretanto, variando-se ligeiramente a abertura de C5, tudo normalizar-se-á e este
pequeno deslocamento deverá ser sempre realizado. Para verificar se isto esta acontecendo
em sua estação, monitore o sinal num receptor com a antena do mesmo desconectada. Este
pequeno inconveniente não ocorrerá com o processo auditivo de sintonia.
A sintonia auditiva também não é difícil. No entanto, um
breve período de treinamento talvez seja necessário para o operador destituído de
visão. Sendo este o caso, o ideal é fazer o treinamento com uma antena
"fantasma", que pode facilmente ser construido com 4 resistores de 270 ohms / 4W
ligados em paralelo. Esse resitores devem ser não-indutivos, isto é, de carvão.
Coloque CH1 na posição "M", aperte o manipulador e,
variando a abertura de C5, procure a nota de áudio mais intensa e aguda possível. Esta
nota deve ser agradável e ter tonalidade ao gosto do operador.
Certamente o leitor já notou, examinando o esquema, que o +B
nunca é desligado no 4 x 1, como acontece na maioria dos equipamentos. Esta medida é
intencional, pois estando o +B constantemente ligado, breves toques no manipulador
permitirão ao operador localizar no receptor da estação a frequência em que está ou
irá transmitir.
FOTO 2 - Vista lateral. Notar a blindagem ( soldada
ao chassi ) de V1. Em certos casos, esta poderá ser
dispensada ( ver texto )
DESEMPENHO
A potência de entrada em dois destes transmissores que
tivemos ocasião de operar aproximava-se dos 10 W. Com antenas bem instaladas, a
potência de saída é suficiente para bons QSO e DX. Aqueles que estão acostumados a
operar com baixa potência poderão confirmar isso. Os que não estão, bem...
experimentem o 4 x 1 !
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